Janeiro é mês das férias! Tempo para brincar, jogar, assistir televisão e ir ao cinema. As férias são aquele período em que a criança está livre para fazer (quase) o que quiser, mas será que é só isso? É nesta época que os pequenos têm momentos importantes de retorno à vida familiar e é quando os pais podem observar mais de perto o desenvolvimento da criança. Confira abaixo dicas de educadores e psicólogos do que é mais indicado durante as férias:
1. Estudar nas férias é produtivo?
De acordo com a professora de psicologia da educação da Universidade Estadual Paulista de Bauru (Unesp) Marisa Melilo Meira: “Não é algo absoluto, que não deve e não pode, mas depende como é o histórico escolar da criança. Quando os pais querem usar as férias como forma de recuperação, eles propõem que o problema é com os estudos é da criança, mas boa parte do desnível tem a ver com o contexto escolar. Nem sempre é falta de disposição do aluno em não estudar. É preciso analisar como é o comportamento dessa criança ao longo dos anos”.
2. Por que é importante ter o descanso das férias
De acordo com a psicóloga, mestre em Psicologia Clínica, psicanalista e professora da PUCRS Luciana B. Redivo Drehmer, ficar de “folga” também é produzir. Portanto, atividades escolares nem sempre são tão necessárias no período das férias. “Enquanto a criança brinca, ela também trabalha. Cria condições de estabelecer resoluções para novos desafios que não são necessariamente os que se aprendem em sala de aula. É também durante as férias que a criança pode retomar atividades ou brincadeiras já esquecidas”, explica.
Já as crianças menores que gostam e estão inseridas, mesmo dentro de casa, aos hábitos escolares com livros de histórias e atividades, pinturas e colagens não percebem muito o período de férias. “Portanto, reservar um horário se torna desnecessário ou até mesmo uma proposta artificial para elas. Já os mais velhos, que são cobrados sobre um produto acadêmico na escola, entendem melhor o significado de férias. Nessa idade, fazer valer um horário de estudo é praticamente impossível em meio a tantas opções de diversão”, reforça a diretora psicopedagógica do Dice English Course Eloisa Lima.
3. Livros podem ser amigos nas férias
Não é porque a criança está de férias que ela vai manter distância de textos e livros com histórias. A rotina de leitura nas férias pode ser intensificada, isso se a criança tem o prazer de ler no restante do ano. “Essa é uma prática que pode ser estimulada também pelas pessoas que convivem com a criança. Uma família leitora, aguça a curiosidade da criança que pode ter esses adultos como modelo a ser seguido. As férias não são um momento na qual a criança mudará por completo a sua rotina. É difícil que uma criança que não seja estimulada a ler no restante do ano, o faça nas férias de forma produtiva. Escolher um tema de interesse da criança e ter um acompanhamento dos cuidadores produzirá boas repercussões”, afirma Luciana B. Redivo Drehmer.
E não é preciso determinar um horário para a criança dedicar à leitura. “Para uma criança que gosta de ler, que tem o hábito da leitura criado, não vejo necessidade de marcar hora. Ela mesma busca essa atividade”, finaliza Eloisa Lima, diretora psicopedagógica do Dice English Course e mestre em Neurolinguística pela UFRJ.
4. Atividades para estimular a criatividade
A criança é curiosa por natureza. Mexer nas coisas, perguntar e duvidar são atitudes que estão muito presentes no universo infantil e os pais devem se beneficiar disso para estimular a criatividade dos pequenos.
Nas férias, produzir esses estímulos de forma prazerosa é o mais fácil. “Visitar um museu, escrever sobre uma viagem, pensar como o conteúdo da escola também está presente na vida e nas férias é um bom caminho”, afirma Luciana B. Redivo Drehmer. Estimular a memória e a análise crítica também é um bom recurso. “Trazer algo de sua viagem para apresentar aos amigos de sala na volta às aulas ou fotografar-se em visitas a lugares. Elas mesmas poderiam ter suas máquinas fotográficas, objeto que hoje é comum a todas as famílias”, conta Eloisa Lima, diretora psicopedagógica do Dice English Course e mestre em Neurolinguística.
E nem sempre só levar as crianças para passeios custosos é a solução. Uma simples convivência afetiva com as pessoas que se ama pode ser efetivo para produzir criatividade e riqueza psíquica das crianças preparando-as para a vida. “Por vezes, existe a tendência a associar as atividades com investimento financeiro. Isto pode acontecer, mas não é o único caminho. Atividades como cinema, teatros e museus podem ser dispendiosas, mas famílias que não podem ter esse investimento podem, da mesma forma, estabelecer uma rotina com as crianças que possam desenvolver a criatividade. Encontrar amigos, assistir a um filme e discutí-lo é um caminho. Promover experiências culinárias, jogos e desenhos também”, sugere a psicóloga, mestre em psicologia clínica, psicanalista e professora da PUCRS Luciana B. Redivo Drehmer